NavegaçãoMademoiselle CochonUma mente perturbada?
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Postsquinta-feira, 22 de janeiro de 2009A Casa Da Água AzulContaram-me, uma vez, que naquela casa habitava apenas criaturas que não conseguíamos ver, ou que nossos olhos captavam, mas nosso cérebro não conseguia reconhecer. Disseram-me que apenas quem tiver os olhos e o coração de uma criança, e uma mente de adulto, irá conseguir descrever o que ocorre naquela casa. Então tentei imaginar uma criança alta e com terninho. Pensei nela brincando, mas limpando sempre o seu caminho. Porque o que eu conhecia sobre a mente dos adultos, é que eles não suportam sujeira, nem lama, nem pó de nenhum dos tipos! E que eles sempre se preocupam em combinar a roupa com a ocasião... Combinam até a forma de se comportar. O que eu sei sobre o coração de uma criança, é que ele é repleto de vontade, de curiosidade e é insaciável por diversão. E seus olhos, pequeno, mas enxergam o que pouquíssimos adultos conseguem, aliás, diria que quase nenhum. Elas vêem a magia; o arco-íris interminável, o banho de chuva de verão, os cavaleiros e as princesas, os castelos e os dragões. A pureza.Logo a curiosidade foi forte o bastante, e entrei na casa. As paredes externas eram invadidas e exploradas por plantas e flores que escalavam-na por completo. As flores se abriam quando o sol as tocava, e logo que a sombra vinha, adormeciam. A porta era de madeira entalhada com um rosto de anjo a agarrar uma argola com os dentes. Segurei a argola e bati-a três vezes. A porta logo se abriu; os móveis estavam cobertos por uma água tingida de azul. Pela janela o sol entrava, e reluzia na água azulada, formando quase dez arco-íris em vários cantos de onde surgiam goteiras intermináveis. Pulei encima de uma escrivaninha pregada à parede e fui subindo nos móveis para atravessar aquela água que, pela cor estranhamente azulada, não me parecia nada confiável. Toquei na maçaneta de uma das portas, e antes que pudesse girá-la, a porta escorregou seus parafusos e caiu. Percebi que boiava e tentei me equilibrar ali encima. Tirei um toco qualquer de dentro d'água e comecei a remar. Nas paredes um velho papel de parede cobria até o teto, com estampa de flores e borboletas e listras que transpassavam-nas, rasgado em alguns pontos na qual saía dos buracos peixes de tamanho de um botão em todas as cores, até as mais extravagantes! Pus minha mão embaixo de uma da quedas d'água, mas não consegui nem se quer tocar em nenhum dos peixes. Perguntei-me de onde eles viriam, pois não havia visto como era do outro lado daquelas paredes. Talvez um tanque enorme carregado de peixes! Enquanto estava distraída com os peixes, nem me dei conta de onde prosseguia minha viagem, até sentir uma correnteza me puxar para uma portinhola aberta no chão, formando um mini redemoinho! Oh! Não quero morrer, Deus! Com meu remo, estiquei o braço para alcançar a portinhola deitada, quase totalmente coberta pela água. Coloquei o pedaço de madeira embaixo da porta e puxei com força, mas fora muito devagar e acabei fechando-a encima do meu bote-porta, quebrando-o ao meio. Com água até a cintura, que eu começava a suspeitar ser algum tipo de corante, pois eu me senti como se tivesse caído num balde de tinta guaxe, irritei-me pelo cuidado à toa que tive em não me sujar. Mas, ao olhar com mais cuidado, vi pontinhos de todas as cores debaixo d'água. Mergulhei meu braço para tentar alcança-los e, para minha surpresa, se amontoaram em volta da minha mão, mesmo assim não conseguia tocá-los. Era como se estivessem tão curiosos quanto eu. Continua...
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