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Mademoiselle Cochon

Uma mente perturbada?

 

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sábado, 29 de dezembro de 2007

Kokoro - Ai
"Já não sou tão forte ao ser capaz...
... de vencer a briga ao amar mais.
Quando o coração tumultuou...
... pede sua paz que já levou"
Aerocirco - Tumulto

Não sou forte o suficiente. Não sou coisa alguma, sem alguém. Apenas sou aquele ser conformado com tudo, sem me mexer. A dor é minha prisão perpétua. O amor me acusou de furto, e agora aqui estou. Mas enquanto sentia a liberdade, a minha melhor amiga me consolava. Logo, já estava de pé. Nenhum problema era grande demais, nada me abatia.
Minha melhor amiga me dava apoio, mas nunca carinho. Não falava absolutamente coisa alguma. Só permanecia lá, tempo integral. Era fiel, nunca perdia seu compromisso. Tanto de me maltratar. Quanto de me acompanhar. Mas o importante era sua enorme fidelidade.
Assim eu achava.
Veio o amor. Apontou para mim. Estava presa. Presa por uma acusação injusta! Logo, minha melhor amiga afastou-se de mim. Nada mais dela, nem sua sombra. Só a prisão e o amor me acompanhavam. Mas eu gostei. Gostei tanto que me esqueci da existência de minha melhor amiga. Não deveria.
O amor sumiu.
Um mês se passou.
E eu sofri, mais do que podia suportar. Nunca pensei que aquela prisão me faria tanta falta. Chorei litros. Então desisti. Perdi-me.
Eu errei, então, pela segunda vez. Fui atrás de outro que em acusasse. Momentaneamente, saciou-me. Mas aquele amor passado voltou a me acusar, e agora, não mais para me prender. Sim, para nunca mais voltar. Pra nunca mais nem cochichar em meu ouvido que eu era a pior criminosa de todas.

Cravei os dentes na própria carne.
Talvez assim esquecesse da dor.
Oh, a dor era tão grande!
Santos invisíveis, era enorme!
Mas mereci. Merecia mais. Por isso, comi-a.

Aquela minha melhor amiga, por fim, voltou. Sem ao menos avisar. Sem mais, sem menos. E sem me acostumar com a presença dela, chorei. Não soube mais lidar com sua presença dolorosa, inconveniente. Aos cantos, lamento e afogo-me. Abalo-me apenas em pensamentos. Tento não fraquejar. Às vezes não há como. Mas sempre consigo assoprar a dor momentaneamente, para longe.


"Não consigo nem pensar
em não te tocar novamente.
Eu daria tudo por isso."
Pink
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