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Mademoiselle Cochon
Uma mente perturbada?
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terça-feira, 28 de abril de 2009
Eu Preciso Ser Forte.
Mas eu tendo a fraqueza. Não por natureza, mas pois este é meu tempo de imaturidade, na qual eu fui posta em testes e obriguei-me a amadurecer - mas agora sei que isso nunca foi minha obrigação, e sim sua de entender-me e suportar-me pela decisão que tomou. Por isso me sinto tão maleável, como numa corda bamba que eu ameaço a queda, tentando manter o equilíbrio - mas, para isso, é necessário técnica, treinamento, e eu sou muito nova, não tive tanto tempo - e tudo por causa de meu castelo que foi feito alto e rápido, sem base, sem qualidade. De que adianta então eu evoluir se não conseguirei dar conta do que há lá encima? Ah, mas agora já é tarde, está tudo como está, e minha instabilidade é obra desta construção de amador que quis dar uma de profissional. Talvez por isso eu necessite de um apoio, de um suporte, para equilibrar minha construção lá embaixo. Por isso sinto-me incompleta apenas comigo mesma, querendo sempre alguém por perto - já não dou conta de meus pensamentos, que são tantos, de todos os lados, e todo o tempo. Sufoco-me com meus argumentos, e prendo o choro. Não deveria, mas não quero mais chorar. Já fiz demais, e ainda faço - obra de minha sensibilidade aguda! - porque quero fortalecer-me e quero criar independência. A dependência em distração já tornou-se irritante, o nervosismo consome tudo nos momentos de solidão. E nervosismo de quê? Insegurança. Insegurança de quê? De não estar apenas sentindo-me solitária, mas de realmente estar. Colo só ajuda se for o tempo todo. Conselhos só deixam-me mais confusa comigo mesma e meus argumentos. Distração me tranquiliza, mas logo vem alguma questão. Enfim, é um ciclo, e a solução é simples demais, na qual até uma criança iria entender. A questão é que até chegar à solução... há muito o que fazer.Marcadores: amigos, amor, desabafo
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sexta-feira, 24 de abril de 2009
Dias Chuvosos
Quando tudo parece enegrecido, o céu acinzentado, a monotonia pairando no ar; Eu saio à procura de companhia para o que logo tem por vir. A chuva! E se não há pessoa que signifique tanto para fazer-me companhia nestes momentos, solitária de corpo eu fico, porém a chuva envolve-me com todo seu companheirismo, com todo seu afeto, que me acaricia e me sauda, com alegria. Enquanto todos usam seus guardachuvas para proteger-se dela, eu o uso para chamá-la; para dizer-lhe que estou aqui por causa dela. E não há gesto mais delicioso que o de andar na chuva; Cantar e dançar com ela. Sua delicadesa e sutileza ao escovar meus cabelos e, ao mesmo tempo, desgrenha-los é tão macia que faz-se angelical. A alegria que ninguém vê. A disposição que ninguém tem. O calor que ninguém sente. Quando a chuva vem. Enquanto cai a chuva!
Está chovendo. Marcadores: chuva, days, rain, rainy
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quarta-feira, 8 de abril de 2009
Suspiro da Poeta
-Por que suspiras? - Disse a pequena à poeta. -Pois tudo de mais importante num poeta que tinha em mim se apagou. Porque todos os meus caprichos esvaíram-se e sabe-se lá Deus o que é uma poeta sem seus caprichos. -O que queres dizer? - Indagou a pequena, que logo pusera os punhos debaixo do queixo, apoiando-os nos cotovelos. - Não te inspiras mais? É isto? -Oh! Não! Inspiração, tenho eu de sobra; Dos pássaros poetizo o canto; Do sol poetizo o calor; Das árvores poetizo as flores; E dos homens poetizo o amor. Infinita é a inspiração que o mundo trás à mim. -Pois então, o que é de tão importante que escapuliu das tuas mãos? E a poetisa voltou a suspirar. - É o amor, pequenina. É o amor. -Não o possui mais?! Oh! Que dó! -E é este o problema! O possuo e farto-me dele! -Ueh! Mas que é que queres fazer comigo! Não entendo mais nada! -És tão ingênua, como uma flor, e tuas paixões são efêmeras. Logo se vão e logo se vêm. Mas comigo, oh não! Sou madura, já sou moça! E ainda continuo romântica. Ao em vez de encontrar meu rumo, vago a toa por um homem que me rodeia. Encanto-me por cada pedaço daquele corpo e defeitos de sua alma. Sonho com o nosso amor louco e insano, incessante numa noite de núpcias, na madrugada a fora sem rumo ou piedade. Relato em prosa cada movimento de nossos corpos, cada palavra de nossas bocas; torno poesia nossa vida e nosso canto. Até imploro por nossas brigas. -Sou menina, mas creio que há nada a perder nesta tua bela paixão! Que é que suspiras? -Pois esta poetisa que te chora o desabafo não tem para quem seus poemas declarar; Como um pássaro, ensaio meu coro sem platéia, na esperança que aquela cadeira seja ocupada. Mas não posso jogar-me aos pés de quem não possuo; de quem não irá aplaudir meu canto. Revelar-me-ei poeta quando este revelar-me o coração; Der-me permissão. -Que é que farás? Ficarás à espera? -Claro que hei de agir, porém com sutileza. Apenas deixarei claro que agrada-me a companhia. Como mulher, e como poeta nunca irei permitir a deselegância. Mas enquanto estou a conquistar o coração de meu amado, não há coisa mais a fazer se não deixá-lo de lado e meter-me na vida que antes era minha. Mas sabe-se que só consigo ser poeta quando aquele está em meus pensamentos! A pequena encolheu-se no colo da poeta e chorou. -Pobre de ti! Forte que és tu! Oh!... -Não chore, pequena. Poetas não aprenderam a curar corações, apenas a quebrá-los. Por isso quando apaixonam-se temem até mesmo pronunciar suas paixões. - E suspirou novamente a poeta, concluindo. - Poetas não passam de apaixonados loucos e covardes, escrevendo cartas sem nunca, jamais, enviá-las.Marcadores: amor, da, I love you, o, poeta, suspiro
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